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Questões do mundo atual

 A eutanásia é eticamente correta ou incorreta?

Enviado por
Tatiana, 16 anos, Albufeira
Data
29 Maio, 2023

Desde o nosso nascimento, todos nós temos a certeza que um dia iremos morrer. Todos nós sabemos que um dia podemos desaparecer, qualquer que seja a nossa condição de vida. Porém, por motivos de doença, por motivos de situações que nos deixam incapacitados, paraplégicos, etc, muitos escolhem interromper a vida, por não suportarem a dor ou a situação de incapacidade face às tarefas do seu dia-a-dia. Estas pessoas escolhem terminar o ciclo da vida em detrimento do sofrimento, terminar com a dor e a humilhação de sobrecarregar as pessoas com que vivem, pois muitos dependem de familiares para cuidarem de si. 

Com o passar dos anos, a medicina evoluiu imenso, originado soluções para que as pessoas possam escolher terminar a sua vida, mas infelizmente ainda é um método pouco aceite na sociedade atual. As pessoas deviam poder decidir sobre o fim da sua vida, afinal, elas estão a sofrer e ninguém pretende continuar a sua vida a sentir dor permanente durante um longo período, dor que muitas vezes nem a própria medicação consegue atenuar. 

A eutanásia é o ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor, o doente tem a opção de acabar com o seu sofrimento provocado por uma doença incurável ou muito dolorosa, sem boas perspectivas futuras, como um doente que está em estado terminal, em sofrimento intenso ou inconsciente. Quando falamos deste método, estamos a falar de uma morte desejada pelo paciente ou pelos familiares mais próximos, que desejam o final do sofrimento do seu ente, porque por mais que se sofra com a perda, temos de ter noção que se está a tomar uma decisão difícil e dolorosa, mas que é a melhor. 

A eutanásia ainda é um tabu, para muitos países que ainda não permitem este método, por exemplo a Rússia. Enquanto isto, outros países já legalizaram e debateram a eutanásia, seja ela passiva ou ativa, como o Canada, o Brasil, Espanha, Holanda, que permitem intervir de forma deliberada para terminar a vida de uma Pessoa, por exemplo injectando uma dose excessiva de sedativos. Também existem muitos países, principalmente do continente africano, em que a legalização da eutanásia continua a ser uma situação desconhecida da maior parte da população. 

Em Portugal, apenas foi liberada a eutanásia passiva que consiste em não realizar ou interromper o tratamento necessário à sobrevivência do doente, neste momento estamos no processo de discussão, na Assembleia da República, sendo que a primeira vez a proposta foi rejeitada e agora, parece que entraremos numa nova fase em que, acredito, finalmente poderemos ter esta possibilidade no nosso País. “Viver ou morrer? Porque um paciente deve continuar vivo a sofrer?”, será sempre esta a questão mais pertinente da Eutanásia. 

As pessoas que se opõem à eutanásia afirmam que é uma alternativa suicida, mas porque um doente devia continuar vivo a sofrer? Para um paciente tomar esta decisão, os médicos tendem a estudar vários fatores para que o pedido seja aprovado ou não, são analisados algumas componentes como: biológicas, psicológicas e económicas para ter a aprovação, logo o paciente tem noção da sua decisão e tem bastante tempo para decidir se são isso que quer. Por este motivo considero que a morte assistida é a via mais correta para quem sofre tanto, é uma via de respeito e liberdade individual dos pacientes. 

Se a morte assistida é uma via para aliviar a dor e o sofrimento, que é um sentimento insuportável para o Paciente, logo é algo que deve ter em conta essa decisão própria, uma vez que o princípio da autonomia defende que os agentes racionais devem poder viver a sua existência em harmonia com as próprias decisões autónomas, logo, os países devem legalizar a eutanásia para os cidadãos que lá vivem terem as suas próprias decisões autónomas. E mesmo quando o paciente não está já em condições físicas de concordar com a decisão e a sua família, os seus cuidadores, que sofrem quase tanto como o paciente, têm o direito de tomar essa decisão, porque ela também não lhes permite viver de forma digna, porque estão “presos”. 

Como um bom exemplo temos o caso de Ramon Sampedro, que foi um mergulhador que ficou tetraplégico aos vinte e cinco anos, após calcular mal a profundidade do mar durante um mergulho. Incapaz de se suicidar sozinho devia a sua paralisia, invocava o direito à eutanásia que ainda não estava legalizada, em 1998, por isso o seu pedido sempre foi negado pela justiça espanhola. Sem outra solução, Ramon faleceu aos cinquenta e cinco anos envenenado com cianeto de potássio, que ajudado por uma amiga que mais tarde admitiu o crime. Assim, percebemos que Ramon passou mais da metade da sua existência acamado e que desejava a morte assistida porque não aguentava ver-se nessa situação, Ramon acabou por morrer de uma forma mais dolorosa por não ter direito a eutanásia. 

Acredito que num futuro próximo todos poderemos ter essa hipótese em caso de necessidade para que quem o quiser fazer possa ter a possibilidade de morrer de forma digna e sem dor alguma. Sendo assim, a eutanásia tem que ser legalizada em todos os países. As pessoas que são contra este método de morte não conseguem perceber o sentimento de ser incapacidade e ser um peso para quem está a cuidar dele. Eu relembro sempre o filme “Mar Adentro”, inspirado no caso Ramon Sampedro, onde se exprime que “viver é um direito, não uma obrigação”, as pessoas que têm que fazem um pedido de suicídio assistido, sentem que estão a viver de forma obrigatória, pois estão a sofrer. 

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