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Uma crónica de pernas para o ar

Enviado por
10.ºA, Tomás Sá - São João da Madeira
Data
11 Fevereiro, 2024

Eis uma versão distinta do texto original de Maria Judite de Carvalho.

«História sem Palavras»«História com Palavras»
  “Desço a rua, entro no metropolitano, estendo à menina muda as moedas necessárias, aceito o rectangulozinho que ela me fornece em troca, desço a escada, espero, paciente, que se aproxime o olho mágico da carruagem subterrânea. Ela chega, para, parte. Lá dentro, o silêncio do mar encapelado, isto é, o de toda aquela ferragem barulhenta, som de não dizer nada. Na minha paragem saio, subo as escadas do formigueiro ou do túnel de toupeiras por onde andei. E sigo pela rua fora – outra rua -, entro numa loja. De cesto metálico na mão (estamos na era do metal) escolho caixas, latas e latinhas, sacos. Tudo aquilo é bonito, bem arranjado, atraente, higiénico, impessoal. A menina da máquina registadora recebe a nota, dá-me o troco. Ausente, abstracta. Verá sequer as caras que desfilam diante de si? Apetece-me dizer qualquer coisa, que o troco não está certo, por exemplo. Que me deu dinheiro a mais. Ou a menos. Não digo nada. As máquinas sabem o que fazem. As meninas das máquinas também.    Tenho, de repente, saudades do bilhete de não sei quantos tostões que dentro de alguns anos deixará de se pedir em eléctricos e autocarros a um funcionário com cara de poucos amigos, do merceeiro que não nos perguntará mais como estamos nós de saúde, e a família, pois claro. Saudades do tempo das palavras, às vezes insignificativas, de acordo, mas palavras.    Volto a casa com as minhas compras, higiénicas, atraentes e silenciosas. Sinto-me no futuro. Não gosto.”   Maria Judite de Carvalho, «Diário de Lisboa», 22’07’1971  Desço a rua, cumprimento os meus vizinhos, entro no metropolitano, sorrio para a menina que está na bilheteira e digo-lhe «Bom dia!» e ela responde «Igualmente». Entrego-lhe as moedas necessárias e recebo o bilhete em troca. Desço as escadas, espero, conversando com as pessoas que me rodeiam, que se aproxime a carruagem subterrânea. Ela chega, para e parte. Lá dentro, as pessoas cumprimentam-se e vão dialogando com conversas de circunstância, ouvindo-se, ao fundo, uma música relaxante. Na minha paragem, saio, despedindo-me dos simpáticos desconhecidos. Subo as escadas e sigo pela rua fora – outra rua. Entro numa loja e sou recebido com um novo «Bom dia!» e consigo a ajuda de uma empregada para escolher o que desejo. Tudo aquilo é bonito, bem arranjado, atrativo, higiénico e informal. A menina da máquina registadora sorri e, enquanto ela passa as minhas compras, pergunta-me: «Está tudo bem consigo?». No final, entrego-lhe o dinheiro e esta dá-me o troco e diz: «Adeus e até à próxima!». As meninas das máquinas são muito comunicativas e transmitem-me sempre bem-estar. Tenho, de repente, saudades deste bilhete que, hoje, uso, pois, dentro de alguns anos, deixará, com certeza, de se ser pedido por um funcionário, sempre risonho, em elétricos e autocarros, no cumprimento do seu dever. Sentirei saudades do merceeiro que nos pergunta sempre como estamos nós de saúde e a família, pois claro! Adoro este tempo repleto de palavras, que nos preenchem, de sorrisos e de olhares, alguns pouco significativos, outros bem melhores. Volto para casa, feliz, com as minhas compras, higiénicas, atraentes e cheias de vida. Sinto-me bem e adoro esta sensação! Tomás Sá, 16 anos, AESL (10.ºA), S. João da Madeira
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