Grita, diz, faz...
Conta-me 25 de Abril

Uma crónica de pernas para o ar

Eis uma versão distinta do texto original de Maria Judite de Carvalho.

«História sem Palavras»«História com Palavras»
  “Desço a rua, entro no metropolitano, estendo à menina muda as moedas necessárias, aceito o rectangulozinho que ela me fornece em troca, desço a escada, espero, paciente, que se aproxime o olho mágico da carruagem subterrânea. Ela chega, para, parte. Lá dentro, o silêncio do mar encapelado, isto é, o de toda aquela ferragem barulhenta, som de não dizer nada. Na minha paragem saio, subo as escadas do formigueiro ou do túnel de toupeiras por onde andei. E sigo pela rua fora – outra rua -, entro numa loja. De cesto metálico na mão (estamos na era do metal) escolho caixas, latas e latinhas, sacos. Tudo aquilo é bonito, bem arranjado, atraente, higiénico, impessoal. A menina da máquina registadora recebe a nota, dá-me o troco. Ausente, abstracta. Verá sequer as caras que desfilam diante de si? Apetece-me dizer qualquer coisa, que o troco não está certo, por exemplo. Que me deu dinheiro a mais. Ou a menos. Não digo nada. As máquinas sabem o que fazem. As meninas das máquinas também.    Tenho, de repente, saudades do bilhete de não sei quantos tostões que dentro de alguns anos deixará de se pedir em eléctricos e autocarros a um funcionário com cara de poucos amigos, do merceeiro que não nos perguntará mais como estamos nós de saúde, e a família, pois claro. Saudades do tempo das palavras, às vezes insignificativas, de acordo, mas palavras.    Volto a casa com as minhas compras, higiénicas, atraentes e silenciosas. Sinto-me no futuro. Não gosto.”   Maria Judite de Carvalho, «Diário de Lisboa», 22’07’1971  Desço a rua, cumprimento os meus vizinhos, entro no metropolitano, sorrio para a menina que está na bilheteira e digo-lhe «Bom dia!» e ela responde «Igualmente». Entrego-lhe as moedas necessárias e recebo o bilhete em troca. Desço as escadas, espero, conversando com as pessoas que me rodeiam, que se aproxime a carruagem subterrânea. Ela chega, para e parte. Lá dentro, as pessoas cumprimentam-se e vão dialogando com conversas de circunstância, ouvindo-se, ao fundo, uma música relaxante. Na minha paragem, saio, despedindo-me dos simpáticos desconhecidos. Subo as escadas e sigo pela rua fora – outra rua. Entro numa loja e sou recebido com um novo «Bom dia!» e consigo a ajuda de uma empregada para escolher o que desejo. Tudo aquilo é bonito, bem arranjado, atrativo, higiénico e informal. A menina da máquina registadora sorri e, enquanto ela passa as minhas compras, pergunta-me: «Está tudo bem consigo?». No final, entrego-lhe o dinheiro e esta dá-me o troco e diz: «Adeus e até à próxima!». As meninas das máquinas são muito comunicativas e transmitem-me sempre bem-estar. Tenho, de repente, saudades deste bilhete que, hoje, uso, pois, dentro de alguns anos, deixará, com certeza, de se ser pedido por um funcionário, sempre risonho, em elétricos e autocarros, no cumprimento do seu dever. Sentirei saudades do merceeiro que nos pergunta sempre como estamos nós de saúde e a família, pois claro! Adoro este tempo repleto de palavras, que nos preenchem, de sorrisos e de olhares, alguns pouco significativos, outros bem melhores. Volto para casa, feliz, com as minhas compras, higiénicas, atraentes e cheias de vida. Sinto-me bem e adoro esta sensação! Tomás Sá, 16 anos, AESL (10.ºA), S. João da Madeira

R´s de sustentabilidade

Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga, turma 6ºD

Será um mundo novo

Se todos ajudarem

A repor a natureza

A acabar com a poluição.

Que se ergam vozes verdadeiras

A mudar o mundo p’ra melhor

Será um mundo diferente

Em que gente consciente

Agirá p’ra poupar o planeta.

Eu já reduzi

Reutilizei

E também recusei

Os meus gestos repensei

Usei só se precisei

E nunca desperdiçarei

Será um novo povo

Guiado por bons hábitos

Espalhado pelo mundo

Poupando os recursos

A Terra é a nossa casa

Vamos tratar e saber cuidar dela

Será um mundo diferente

Em que gente consciente

Agirá p’ra poupar o planeta.

Eu já reduzi

Reutilizei

E também recusei

Os meus gestos repensei

Usei só se precisei

E nunca desperdiçarei

Será uma luta difícil

P’rá qual todos fomos convocados

Preservamos a vida

Lutamos pelo nosso maior bem

REFRÃO

O mundo para os jovens de hoje em dia

No meio deste mundo existem

jovens que nele habitam.

Com sede de descobrir persistem,

em ver nele a sua melhor versão.

Mesmo quando este não lhes assiste,

mesmo quando este lhes tenta consumir,

perdoam e tentam corrigir.

Afinal para os jovens, ele não é um erro,

ele é o resultado dos erros dos outros.

Nele não existe apenas solidão, tristeza e conflito,

nele existe também, amor, felicidade e paz.

Ele dá-nos vida para deixarmos a nossa marca,

mas também a tira se a dele tentarmos tirar.

Quando agora para ele olhamos vemos do que o ser humano é capaz.

O papel dos jovens no desenvolvimento sustentável

Tanto eu como tu temos papeis, sempre teremos

Todos nós temos objetivos, alguns que jamais serão ouvidos

Sempre fiz um mar negro em relação aos meus objetivos

Já cresci e já me desenvolvi

No âmbito escolar o nosso papel não é só estudar

Ambos os jovens irão construir a nova sociedade

Construir e restaurar será uma missão

O mundo terá de renascer, e serão os jovens a faze lo

Uma vida curta irá tornar se longa

Cada caminhada será um nível

Indicações ou rotações?

Longo prazo ou longo nível de vida

Os jovens são como as folhas

Ganham novos interesses a cada altura do ano

Ganham nova cor à medida do tempo

Objetivos têm de ser cumpridos

Tal como fizeram por nós antes Seremos nós a remediar o antes e a prosseguir para o depois